quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Explosão de alegria

O filho foi ver, agora de perto, o espetáculo de Natal do Palácio Avenida:

Explosão de alegria
Todas as cores do riso
Um momento para sempre
O espetáculo de fogos de artifício
É iluminado pelo rosto das crianças

Mais aliterações

A bola bateu no Bruno
Pulou o pátio principal
Caiu na quadra catorze
Rodou rente à risca
Arisca
Fez falta no Francisco
Gemeu junto ao goleiro Gilmar
Gorda e gaiata gritou
GGOOOLLLLL!!!!

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Vento

O vento voa veloz
Vira a vela da vovó
Varre o avental no varal
Alvoroça o verde das árvores
Volteia o vidro da varanda
Assovia um uivo vertiginoso
E vai viajando avante

Explosão de luzes

O filho foi na casa das tias ver, de longe, os fogos do Natal do Palácio Avenida:

São luzes que explodem
Fazem um barulhão
Clareiam o céu
Provocam emoção

A noite quase vira dia
Um dia multicolorido

As cores pulam de foguetes
Fazem desenhos gigantes
Até as estrelas param para ver

Quem não gosta são os passarinhos
Se tivessem mãos
Tapariam os ouvidos

A cadela Laika morria de medo
Acalmá-la era difícil
Quando ouvia o barulho
dos fogos de artifício

Zum zum zum

Zum Zum Zum
As abelhas saíram da colméia
Brabas
Havia um intruso
Dos grandes

"TODO MUNDO PICANDO"
Gritou a chefa abelhuda
E foram ao ataque
Mas
Pareciam estar em uma floresta peluda
O máximo que conseguiram
fazer no urso
foram cócegas

ZUM ZUM ZUM
HÁ HÁ HÁ
ZUM ZUM ZUM
HÁ HÁ HÁ

i l u s ã o

Perto
Tão perto
Que podia tocar

ilusão
Dissipou-se no ar

Longe
Tão Longe
Via-se por um triz

ilusão
Tocou-me o nariz

Animal

A pérola é uma lágrima
O marfim é um dente
A pele e a pena são roupas

O que você faria
Se alguém quisesse
Se enfeitar
Com tua pele
Teu dente
e tua lágrima?

Coral

Atchim foi passear
Levou a irmãzinha Cof-Cof
No caminho, encontrou a Snif Snif
Que esperava o Buá Buá
Que logo chegou
Junto com o Quá Quá Quá
Pronto, o coral estava completo
E eles começaram a cantar:

"Atchim - Cof-Cof - Snif Snif - Buá Buá e Quá Quá Quá"

Bicicleta

O filho começa a aprender a andar de bicicleta:

A borracha desliza sobre o asfalto
A sensação é quase de estar voando
Ao invés da força nas asas,
força nas pernas

Mas é preciso aprender
Treinar
E alguns tombos levar
De leve
Sem se machucar

A bicicleta põe dentro da gente
Um pouquinho da alma de passarinho

Amor amora

A amora beijou o bico do passarinho
Ele se assustou
nunca havia sido beijado por um lanche

"Não se assuste"
Disse a amora na língua dos passarinhos

"É que você é tão lindo, que eu não resisti"

O passarinho, desconfiado
Para outro galho pulou

"Não fuja, eu não posso te machucar"
Disse a amora, pondo as coisas em seu lugar
E uma história passou a contar:

"Desde que eu era pequenina
Um frutinha ainda verde, bem menina,
olhava de longe
imaginava o dia
que em sua boca estaria
Fui crescendo
o vermelho aparecendo
e de outros pássaros me escondendo
Hoje, chegou o dia
de estar em sua companhia
Prometi que, se esse dia chegasse,
um beijo lhe daria"

Depois da história contada
O pássaro a amora bicou
E sem a engolir, suavemente,
para o ninho a levou

Muitos beijos o casal trocou

Enfim, em um dia de chuva
Depois de muito calor
A amora já velhinha
murcha, sem muita cor
Ao pássaro pediu um último favor:

"Me coma, meu amor"

Pingüim friorento

O pingüim Pedro
É muito friorento

"Andar sem meias, não agüento"

Só quer dormir com cobertor
De pele de urso

Que susto quando o urso acorda

Aí o Pedro mostra
Porque é campeão
de corrida e natação

Piranha delicada

A piranha Perla
pirou o cabeção
Disse que só iria comer com a mão

"Piranha não tem mão",
disse o piranho João

"Tenho sim"
"Tem não"
"Tenho essa aqui, ó!
que guardei da última refeição"

As galinhas

Antônia foi para a Letônia

Joana, com sua bela pança,
foi para a França

Karina foi só até a esquina

Mirtes fugiu do seo João
e foi para o Japão

Raica, que tocava balalaica,
foi para a Jamaica

Bilica, a que mais berra,
foi para a Inglaterra

Mirela, que se achava a mais bela,
acabou na panela

domingo, 2 de dezembro de 2007

Porca Pipa

A porca Pipa
Tinha uma coleção de formiguinhas
Todas de porcelana chinesa
A primeira, quem deu foi a Lili
Uma gata siamesa

Pipa as enfeitava em uma mesa
Não descuidava da limpeza

Um dia, deu um jantar
Para os amigos da redondeza
O lagarto Luiz trouxe um amigo
De surpresa
Era o tamanduá Teí
Que não devia estar ali

Logo que entrou
Olhou para a mesa
O jantar era uma beleza
Teí não quis nem sobremesa
Comeu toda a porcelana chinesa

Mariela

Menino brinca de carrinho
Menina brinca de boneca
Aquela menina gosta de dar carrinho
No jogo de futebol
Ela joga duro
Com ela, o time está seguro

Zeca foi dribá-la
Quando viu, cadê a bola?
Lá ia ela nos pés da Mariela

Magricela, não dá de canela
Logo vai jogar com a camisa amarela

O que é?

Tortuosa, deslizante, insinuante
Flexível, rastejante
Grandes ou pequenas
Venenosas ou não
Sem voz, cantam com o chocalho
Quando abraçam é pra comer
Se mordem, vai doer

Dúvidas

Se o pavio queima, por que a vela não se apaga?

Quem é que joga água lá de cima quando chove?

Quando eu choro muito, fico seco por dentro?

Quem jogou sal no mar?

Como é que os homenzinhos entram na televisão?

Quem é que fala e canta dentro do rádio?

Existe passarinho mudo?

Osso

Um osso só tem valor se for um fóssil
Não é o que pensa o meu cachorro indócil
Tirar um osso dele não é tarefa fácil
Por ele, nenhum osso virava fóssil

Abigail

Abigail pulou no rio
Ficou com frio
Pediu colo para o tio
Leomar
Que gostava de pescar
De barco no mar além
Lá onde as ondas são gigantes
E os peixes também

Coitada da Tia Carmem
Que é só reza e amém
Preocupada, que o tio volte bem

Abigail não tem medo
Do mar ou do rio
Mas se a água bate na cintura
Lá vem o frio
E o colinho do tio

Bateram na porta

Nossos alimentadores de beija-flores foram invadidos por formigas, abelhas e vespas. Tivemos que dar um tempo com eles. Mas um dia:

Bateram na porta
Uma batidinha levinha
Quase muda
Unha do dedo mindinho

Abri
Não vi ninguém
Fechei
Será que imaginei?

Mas lá veio novamente
tic-tic-tic
Fiquei quieto, escutando
Pra ter certeza

tic-tic-tic

Tinha mesmo alguém
De novo abri
E vi
Quatro beija-flores

VRUMM - VRUMM

Batiam asas perto de mim
Tentavam falar
Eu tentava escutar
O bater de asas
Ficava forte ao se aproximar

Um pousou no meu ombro
Pediu para os outros se acalmarem
Então pude ouvir
Um beija-flor a pedir:

"Amigo, agora que as abelhas, as vespas e as formigas foram embora, você poderia por de novo o nosso néctar?"

Manhã de sol

Depois de vários dias de tempo fechado, o pai acorda cedo e olha pela janela:

O tronco do eucalipto
Vira ouro
Banhado ao sol da manhã

A inocente joaninha
Devora os pulgões da azaléia

A borboleta
Recém-saída do casulo
Começa a esticar as asas

Dentro de casa
O menino dorme tranqüilo
Sonhando com tudo isso

Suricatos

O canal Animal Planet passa uma novela com uns bichinhos, os suricatos. Pai e filho assistíamos a um capítulo em que um dos bichinhos deixa a família - eles são animais sociais - e tem de tentar a vida sozinho. Vai passar por perigos, ter dificuldade em encontrar comida sozinho. Tudo para tentar encontrar uma fêma e formar nova família. O pai tenta aproveitar o momento para conversar com o filho:

- Sabe, filho, os humanos também podem passar por perigos às vezes ...
- Que perigos?
- Ah, muitos. Pode encontrar bandidos. As drogas também são muito perigosas, podem até matar.
E o pai continuava conversando, quando o filho interrompe e resume:

- Eu sei papai, o importante é se alimentar bem para poder namorar as fêmeas.

O macho deixa a família
Vai viver a vida
Solitário
Evita os bandos inimigos
Escapa das armadilhas
Precisa se alimentar bem
E não se perder pelo caminho
Para namorar as fêmeas
Ganhar e dar carinho

Bagunça de feriado

No feriadão, três primos ficaram lá em casa numa festa toda deles:

Uma, duas, três
Quatro crianças de uma vez

Muito brinquedo
Quanta diversão
E pros pais um trabalhão

Para alimentar esse batalhão
Só com muito pão
cereal e macarrão

Língua do P

O pato patético
Picopicou o pito do pinto

O pato poético
Poetou um poema prosaico

O pato pobre
Pediu patacas ao Patinhas

O pato pintor
Pintou uma pata pelada

O pato palerma
Progrediu na política

E

O pato ator
atuou por todos

O que é?

O vento veio e ele rodou

Feliz com a vida que o fez girar

Para ele, sem vento

sem vida

O vento convida

a viver

virar

voar

voltear




Era um catavento, o filho acertou

Reino da confusão

Era uma vez uma casa
No Reino da Confusão
Era briga que começava na sala
E terminava no portão
Se iniciava no sótão
Ia até o porão

Veja os nomes da família
E vai entender a razão:

O filho mais novo, ainda bebê: PIPAROTE
Os dois irmãos: TAPA e CASCUDO
A mãe: Dona PORRADA
O pai: Seo MURRO
Os tios: SOCO e BIFA
A prima: BOFETE

O único que não brigava
Era o primo CACETE
Quando cresceu
foi ser lutador de boxe

Alimentador

O beija veio beijar
O néctar na minha mão
Não esperou eu pendurar
O alimentador
Pousou e me olhou
Antes de ir embora
Mais um gole tomou

Terminei então de pendurar
O alimentador
Fiquei a olhar
O bichinho voltou
Bebeu e pousou
E bebeu e pousou
Antes de ir embora
Na minha cara arrotou

BLARG!!