No dia das crianças, o filho ganhou um brinquedo que deu um trabalhão para montar, mas depois de pronto:
O menino controla tudo
Tem os jogadores nas mãos
Inicia o jogo concentrado
Dois segundos depois
É pulo, berro e gargalhada
Só fica triste quando acaba
Mas é divertido até o fim
Ufa! Encontrei uma rima para pebolim
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Epopéia infantil
Dia da Criança. Na semana, ele havia ganho dois sapinhos de um colega, que os trouxera de um pesque-pague. Infelizmente, os sapinhos não sobreviveram. Então ele ficou determinado a caçar girinos no Parque Tanguá. E lá fomos nós:
Passos confiantes
Caminhada certeira
"Armada" com copo e peneira
Lá vai a criança em seu dia
Pronta para mudar o destino
Da vida de um girino
Um? Não, um monte
Tantos que não há quem conte
Quase todos ali, ao alcance das mãos
e de um pé molhado
De longe, ele viu:
Muitas outras crianças
Haviam descoberto
Aquele local sagrado
Pensa que ficou chateado?
Que nada
Mais diversão do seu lado
De perto ele viu:
Surpresa!
Junto aos girinos,
Os peixes dividiam o lago
Faziam tumulto para abocanhar
um pão a eles jogado
Um pão molhado
Um pé molhado
Dois pés molhados
Uma bunda de criança molhada
A cada golpe de peneira
Girinos para vida inteira
Mas os peixes, cadê?
Que bicharada ligeira!
Um menino maior
Levou a coragem e a peneira
Lá para a pequena cachoeira
Demorou, mas com um peixinho ele voltou
Depois mais um, maiorzinho
Os dois e os infinitos girinos
Couberam todos no copinho
O filho voltou para casa todo molhado
Papai levava o copinho e um orgulho danado
Mais que uma pescaria com peneira
Aquilo tinha sido uma verdadeira caçada
Em casa, a mamãe amada
Escutou a história contada
Umas partes achou engraçada
Mas não ficou muito emocionada
Vendo aquela bunda molhada
"Já pro banho piazada"!
Com toda a razão, o filho reclamou. Achou que tinha exagerado no tamanho do recado. "Não acaba nunca, parece um livro de mil páginas". Então, para compensar, no dia seguinte, eu fui rápido e ligeiro:
Hoje vou fazer
Uma poesia curta
Pronto
Fiz a poesia
Agora curta
O filho achou graça.
Passos confiantes
Caminhada certeira
"Armada" com copo e peneira
Lá vai a criança em seu dia
Pronta para mudar o destino
Da vida de um girino
Um? Não, um monte
Tantos que não há quem conte
Quase todos ali, ao alcance das mãos
e de um pé molhado
De longe, ele viu:
Muitas outras crianças
Haviam descoberto
Aquele local sagrado
Pensa que ficou chateado?
Que nada
Mais diversão do seu lado
De perto ele viu:
Surpresa!
Junto aos girinos,
Os peixes dividiam o lago
Faziam tumulto para abocanhar
um pão a eles jogado
Um pão molhado
Um pé molhado
Dois pés molhados
Uma bunda de criança molhada
A cada golpe de peneira
Girinos para vida inteira
Mas os peixes, cadê?
Que bicharada ligeira!
Um menino maior
Levou a coragem e a peneira
Lá para a pequena cachoeira
Demorou, mas com um peixinho ele voltou
Depois mais um, maiorzinho
Os dois e os infinitos girinos
Couberam todos no copinho
O filho voltou para casa todo molhado
Papai levava o copinho e um orgulho danado
Mais que uma pescaria com peneira
Aquilo tinha sido uma verdadeira caçada
Em casa, a mamãe amada
Escutou a história contada
Umas partes achou engraçada
Mas não ficou muito emocionada
Vendo aquela bunda molhada
"Já pro banho piazada"!
Com toda a razão, o filho reclamou. Achou que tinha exagerado no tamanho do recado. "Não acaba nunca, parece um livro de mil páginas". Então, para compensar, no dia seguinte, eu fui rápido e ligeiro:
Hoje vou fazer
Uma poesia curta
Pronto
Fiz a poesia
Agora curta
O filho achou graça.
Beija-flores sem suspense
Um dia, no supermercado, ele quis comprar um recipiente para alimentar beija-flor. Depois, passamos no pet shop e ele perguntou para o dono o que era melhor para atrair o pássaro e saímos de lá com um néctar que não causa fungos (o grande perigo para o beija-flor, pois o fungo pode matá-lo). Em casa, já de noitinha, fizemos o néctar e achamos o melhor lugar para colocar o alimentador, pendurado no aro da cesta de basquete, protegido pela buganvília. Na manhã seguinte, ele esperou os beija-flores chegarem e não ficou decepcionado, contou quatro. Era o tema para a poesia do dia seguinte. Tentei fazer um pouco de suspense no texto:
Eles vieram!!!
Chegaram voando
Velocidade ultra-rápida
Corpos frágeis
Porém determinados
De onde surgem esses seres alados?
Vieram para nos deixar amedrontados?
Apenas não gostam de ser incomodados
Viajantes espaciais
Azul-esverdeados
ou
Verde-azulados
Buscam um combustível
Um precioso líquido
Lhes dá um poder incrível,
De paralisar os seres humanos
Que os olham boaquiabertos
E ficam com uma sensação de alegria
Euforia
Esses seres minúsculos
Têm o poder de ser tão rápidos
Mas conseguem parar no ar
O combustível que os alimenta
É feito em um só lugar
Em Curitiba
Perto do Parque Tanguá
É uma poção cor-de-rosa
Que eles bebem todo prosa
O Tito e a Teté já os viram
Quatro de uma vez
Que amores
São apenas
Beija-Flores
À noite, perguntei se ele, quando começou a ler, havia pensado que a poesia seria sobre outra coisa. Ele, para minha decepção, disse "que nada, pai, desde o começo já sabia que era sobre beija-flor".
Eles vieram!!!
Chegaram voando
Velocidade ultra-rápida
Corpos frágeis
Porém determinados
De onde surgem esses seres alados?
Vieram para nos deixar amedrontados?
Apenas não gostam de ser incomodados
Viajantes espaciais
Azul-esverdeados
ou
Verde-azulados
Buscam um combustível
Um precioso líquido
Lhes dá um poder incrível,
De paralisar os seres humanos
Que os olham boaquiabertos
E ficam com uma sensação de alegria
Euforia
Esses seres minúsculos
Têm o poder de ser tão rápidos
Mas conseguem parar no ar
O combustível que os alimenta
É feito em um só lugar
Em Curitiba
Perto do Parque Tanguá
É uma poção cor-de-rosa
Que eles bebem todo prosa
O Tito e a Teté já os viram
Quatro de uma vez
Que amores
São apenas
Beija-Flores
À noite, perguntei se ele, quando começou a ler, havia pensado que a poesia seria sobre outra coisa. Ele, para minha decepção, disse "que nada, pai, desde o começo já sabia que era sobre beija-flor".
Hoje não tem poesia
Um dia eu estava um pouco atrasado. Correndo e sem muita inspiração. Então me passou pela cabeça não fazer nenhum recado além de "Hoje não tem poesia", mas foi impossível. É só começar que a caneta parece que viaja sozihha:
Hoje não tem poesia
Estou muito atrasado
A vida fica vazia
Quando se está apressado
Tudo fica confuso
Não se aproveita nada
Do mundo faz mal uso
Quem passa sem deixar pegada
Corre-corre, sem prestar atenção
No que faz
No que vive
Nem poesia se faz mais não
Que falta de imaginação
Depois de ler, o filho comentou com a mãe: "ele me enganou, disse que não tinha poesia e no fim isto é uma poesia".
Hoje não tem poesia
Estou muito atrasado
A vida fica vazia
Quando se está apressado
Tudo fica confuso
Não se aproveita nada
Do mundo faz mal uso
Quem passa sem deixar pegada
Corre-corre, sem prestar atenção
No que faz
No que vive
Nem poesia se faz mais não
Que falta de imaginação
Depois de ler, o filho comentou com a mãe: "ele me enganou, disse que não tinha poesia e no fim isto é uma poesia".
Brincando
Coloca mais um verde aqui e ...
Pronto!
Que sapo legal
E se tirar esse outro ali e puser este aqui
UAU!
Agora virou um papagaio
É o mais bonito dos papagaios!
Mas se tira
mexe
vira
põe
troca
procura
muda
e ...
puxa, este está difícil
Encaixa
prende
improvisa
atenção
e lá está um super-aranhão
Viu, eu gosto de brincar com o Lego
Pronto!
Que sapo legal
E se tirar esse outro ali e puser este aqui
UAU!
Agora virou um papagaio
É o mais bonito dos papagaios!
Mas se tira
mexe
vira
põe
troca
procura
muda
e ...
puxa, este está difícil
Encaixa
prende
improvisa
atenção
e lá está um super-aranhão
Viu, eu gosto de brincar com o Lego
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Machucado
Um domingo, o filho brincava com uma tábua pesada que escapou da mão e caiu sobre os dedos do pé dele. Na segunda pela manhã, ele encontrou o seguinte texto:
A tábua estava quase encaixada e
de repente
PUM!!
Caiu no pé do menino
Ai, que pancada
Ai, que dor danada
Ui, até sangue saiu
Mamãe escutou lá do quintal
Papai chegou e foi todo mundo pro hospital
Andar na cadeira de rodas até que foi legal
Raio-X, curativo e faixa
Não quebrou nada, que sorte
Mas a dor era de morte
Agora é descansar o pé
Futebol, nem com o Pelé
A tábua estava quase encaixada e
de repente
PUM!!
Caiu no pé do menino
Ai, que pancada
Ai, que dor danada
Ui, até sangue saiu
Mamãe escutou lá do quintal
Papai chegou e foi todo mundo pro hospital
Andar na cadeira de rodas até que foi legal
Raio-X, curativo e faixa
Não quebrou nada, que sorte
Mas a dor era de morte
Agora é descansar o pé
Futebol, nem com o Pelé
Mais cachorros
Com pouco tempo e imaginação, os cachorros no quintal sempre são inspiração:
Quem é quem?
Tem duas bolas de pelo no quintal
Enroladas e encolhidas feito animal
Uma é marrom
Outra, bem clarinha
Quase branquinha
Quando se desenrolam, as duas fazem au-au
Tem outra, que não está no quintal
Foi pra casinha do canil
Acho que estava com frio
Quem é quem?
Tem duas bolas de pelo no quintal
Enroladas e encolhidas feito animal
Uma é marrom
Outra, bem clarinha
Quase branquinha
Quando se desenrolam, as duas fazem au-au
Tem outra, que não está no quintal
Foi pra casinha do canil
Acho que estava com frio
Xadrez
Já contei aqui que o filho pediu para frequentar as aulas de xadrez. De noite, depois de uma aula, com ele empolgado contando o que tinha aprendido, decidi que no dia seguinte escreveria sobre xadrez, e saiu o seguinte:
Já viu um chinês que joga xadrez?
O rei vira imperador
O bispo vira monge
A rainha vira imperatriz
Os peões ... São peões mesmo
E todo mundo luta kung-fu
E se um francês joga xadrez,
A torre vira a Torre Eifel.
Se for um italiano,
A torre vai ser meio inclinada
Igual a Torre de Piza
E aquele cara lá, cercado de ovelhas
Tem asas e é um ser voador
Ah, é um anjo da guarda
Dando o xeque pastor
Ele gostou porque na noite anterior estava empolgado porque havia aprendido a dar o xeque pastor
Já viu um chinês que joga xadrez?
O rei vira imperador
O bispo vira monge
A rainha vira imperatriz
Os peões ... São peões mesmo
E todo mundo luta kung-fu
E se um francês joga xadrez,
A torre vira a Torre Eifel.
Se for um italiano,
A torre vai ser meio inclinada
Igual a Torre de Piza
E aquele cara lá, cercado de ovelhas
Tem asas e é um ser voador
Ah, é um anjo da guarda
Dando o xeque pastor
Ele gostou porque na noite anterior estava empolgado porque havia aprendido a dar o xeque pastor
Tosse
Quando voltei de Maringá, encontrei o filho com uma baita de uma tosse:
A goela assa
Essa tosse que não passa
O pulmão arranha
Explode e dói toda a carcaça
O nariz não vence
É tanto catarro que entope
Mais que chata,
Essa tosse é xarope!
A goela assa
Essa tosse que não passa
O pulmão arranha
Explode e dói toda a carcaça
O nariz não vence
É tanto catarro que entope
Mais que chata,
Essa tosse é xarope!
Maringá
Um dia precisei viajar a trabalho. Deixei a explicação:
Papai foi viajar
Fui para uma cidade chamada Maringá
Fica no Noroeste do Paraná
É uma cidade bonita, muitas árvores tem por lá
A viagem é curta, amanhã já voltarei
Sou empregado, me mandaram e obedecerei
Se pudesse ficar com você
Então eu seria o rei
Papai foi viajar
Fui para uma cidade chamada Maringá
Fica no Noroeste do Paraná
É uma cidade bonita, muitas árvores tem por lá
A viagem é curta, amanhã já voltarei
Sou empregado, me mandaram e obedecerei
Se pudesse ficar com você
Então eu seria o rei
Morango
Ao abrir a geladeira para o café da manhã, vi cinco morangos que restaram da noite anterior. A vontade grande de comê-los foi sublimada pelo seguinte texto:
Tem morango na geladeira
Quase que eu como e seria uma besteira
Tito iria querer e fazer uma choradeira
Então deixei lá, pra não causar intriga
Mas um foi parar na minha barriga
O filho leu e correu para a geladeira comer os morangos que sobraram.
Tem morango na geladeira
Quase que eu como e seria uma besteira
Tito iria querer e fazer uma choradeira
Então deixei lá, pra não causar intriga
Mas um foi parar na minha barriga
O filho leu e correu para a geladeira comer os morangos que sobraram.
Dor no pé
Um dia, sei lá por que, amanheci com uma dor no pé. Mas tudo é motivo para a poesia, principalmente quando você tem apenas 15 minutos para escrever. E ficou assim:
Hoje, amanheci com uma dor no pé
Tem um caroço no meu calcanhar
Quando fui tomar café, ele doía sem parar
Será que está me nascendo uma raiz?
E eu serei uma planta chamada Luiz?
Se uma árvore eu me tornar
Onde você irá me plantar?
O filho, todo carinhoso, respondeu: "Vou plantar você no meu coração"
Hoje, amanheci com uma dor no pé
Tem um caroço no meu calcanhar
Quando fui tomar café, ele doía sem parar
Será que está me nascendo uma raiz?
E eu serei uma planta chamada Luiz?
Se uma árvore eu me tornar
Onde você irá me plantar?
O filho, todo carinhoso, respondeu: "Vou plantar você no meu coração"
Mula sem cabeça
Na escola, para a semana do folclore, as crianças estavam lendo sobre lendas. Cada um escolheu uma para pesquisar e apresentar na sala. A do filho foi sobre o "Boto Cor-de-Rosa". Sabe o que ele escreveu na pergunta qual era a função do boto? "Cuidar da natureza e namorar as mulheres". Depois que todos apresentaram, em uma votação foi escolhida a Mula-Sem-Cabeça como o assunto para a montagem de uma peça por eles mesmos que foi apresentada no teatro para toda a escola. Quando ele me contou, ainda meio desapontado porque o boto não havia sido escolhido, o texto da manhã seguinte foi sobre a mula e ficou assim:
Daquele dia
Ele não esquece
Na floresta, ele via
Uma flor que crescia
Papai falou:
"Se apresse,
Porque o dia escurece
Vamos antes que apareça
A mula sem cabeça"
O filho se surpreendeu e, apesar do texto ser bem fraquinho, decidiu levar para a escola e mostrar para os colegas e a professora. Eles também gostaram e queriam ler para o público depois da apresentação da peça. Ainda bem que mudaram de idéia.
Daquele dia
Ele não esquece
Na floresta, ele via
Uma flor que crescia
Papai falou:
"Se apresse,
Porque o dia escurece
Vamos antes que apareça
A mula sem cabeça"
O filho se surpreendeu e, apesar do texto ser bem fraquinho, decidiu levar para a escola e mostrar para os colegas e a professora. Eles também gostaram e queriam ler para o público depois da apresentação da peça. Ainda bem que mudaram de idéia.
sábado, 6 de outubro de 2007
Resfriado
Canseira, sorvete, ele ficou meio resfriado:
Um dia fiquei resfriado
Era espirro, catarro e o corpo cansado
Meu nariz era pingo para todo lado
Minha mãe me fez um chá
Tinha limão, mel e uma ervarada
Era quente, mas parecia uma limonada
De noite suei tanto
Que a cama ficou toda molhada
Mas no dia seguinte
Que resfriado que nada
Um dia fiquei resfriado
Era espirro, catarro e o corpo cansado
Meu nariz era pingo para todo lado
Minha mãe me fez um chá
Tinha limão, mel e uma ervarada
Era quente, mas parecia uma limonada
De noite suei tanto
Que a cama ficou toda molhada
Mas no dia seguinte
Que resfriado que nada
Segunda-feira
Na segunda-feira, depois de um fim de semana em que ele dormiu na casa das tias, foi a aniversário e de tão cansado acabou dormindo no sofá, em frente à TV:
O fim de semana foi agitado
Na sexta, da escola foi dormir na casa das tias
Ficou até de noitão acordado
No sábado, da casa das tias direto para o aniversário
Voltou para casa tão cansado
Dormiu no sofá, todo largado
Domingo, mais aniversário
Foi ao restaurante
comer peixe
Que luxo
Depois, sorvete no Gaúcho
Tito comeu tanto
Que encheu o bucho
O fim de semana foi agitado
Na sexta, da escola foi dormir na casa das tias
Ficou até de noitão acordado
No sábado, da casa das tias direto para o aniversário
Voltou para casa tão cansado
Dormiu no sofá, todo largado
Domingo, mais aniversário
Foi ao restaurante
comer peixe
Que luxo
Depois, sorvete no Gaúcho
Tito comeu tanto
Que encheu o bucho
A chuvarada
Uma noite, depois de muitos dias de estiagem, caiu uma chuvarada:
Havia dias que não chovia
Mas na madrugada veio um temporal
Era água e mais água que caía
Alagou todo o quintal
Enquanto chovia, o Tito dormia
Um sono colossal
Nada via nem ouvia
Era uma noite normal
Lá fora o trovão rugia
Um grave grito gutural
O gramado parecia
Uma piscina do Amaral
Havia dias que não chovia
Mas na madrugada veio um temporal
Era água e mais água que caía
Alagou todo o quintal
Enquanto chovia, o Tito dormia
Um sono colossal
Nada via nem ouvia
Era uma noite normal
Lá fora o trovão rugia
Um grave grito gutural
O gramado parecia
Uma piscina do Amaral
Cirque du Soleil
No dia 19 de setembro, fui ao Cirque du Soleil. Havia feito uma pequena viagem de um dia, no dia 18, e só veria o filho no dia 20, à noite. Então, decidi escrever para ele sobre o espetáculo. Ficou assim:
O Cirque du Soleil é muito legal
Tem muita gente fantasiada
Mas não tem animal
Tem uns que deixam a platéia assustada
A gente até pensa que eles são do mal
Mas eles não são ruins, que nada
E tem muito riso e até gargalhada
Pois tudo acaba com muita palhaçada
Tem cama elástica com saltos mortais
Malabaristas, contorcionistas e trapezistas
O palhaço, lógico, é o mais engraçado
Tem um que brinca com fogo
E sai de cena bem chamuscado
Não faça isso em casa, cuidado
Ou vai acabar todo queimado
O Cirque du Soleil é muito legal
Tem muita gente fantasiada
Mas não tem animal
Tem uns que deixam a platéia assustada
A gente até pensa que eles são do mal
Mas eles não são ruins, que nada
E tem muito riso e até gargalhada
Pois tudo acaba com muita palhaçada
Tem cama elástica com saltos mortais
Malabaristas, contorcionistas e trapezistas
O palhaço, lógico, é o mais engraçado
Tem um que brinca com fogo
E sai de cena bem chamuscado
Não faça isso em casa, cuidado
Ou vai acabar todo queimado
Chocolate
E para o terceiro cachorro, eis o pedido:
"Um poema sobre comida para o Chocolate"
Comer é com o Chocolate
Ele gosta de tudo
Frango, carne, ração
Até abacate
Ele come tanto que até perde a linha
A barriga dele fica gordinha
Não por fome, o danado come até a própria casinha
A boca deste cão
Nunca fica sozinha
Quando não é gostosura
Ela morde a bolinha
A razão desta fome
É conhecida
Afinal
Até o nome dele
Também é de comida
O filho gostou. No papel escreveu: "Pai, bela poesia".
"Um poema sobre comida para o Chocolate"
Comer é com o Chocolate
Ele gosta de tudo
Frango, carne, ração
Até abacate
Ele come tanto que até perde a linha
A barriga dele fica gordinha
Não por fome, o danado come até a própria casinha
A boca deste cão
Nunca fica sozinha
Quando não é gostosura
Ela morde a bolinha
A razão desta fome
É conhecida
Afinal
Até o nome dele
Também é de comida
O filho gostou. No papel escreveu: "Pai, bela poesia".
Bionda
Ainda na série de exigências de poesias para cachorros, o filho pediu o seguinte:
"Um poema sobre filhos para a Bionda"
A Bionda parece ser uma boa mãe
A cada ano, 14 filhotes
Sete a cada ninhada
Está prenhe de novo
A danada
Quantos virão
Na próxima fornada?
"Um poema sobre filhos para a Bionda"
A Bionda parece ser uma boa mãe
A cada ano, 14 filhotes
Sete a cada ninhada
Está prenhe de novo
A danada
Quantos virão
Na próxima fornada?
Laika
Depois do poema para cachorros, em que disse que não me cansava de escrever sobre eles, como se fosse um desafio, o filho exigiu três poemas. Lá vão eles:
"Um poema sobre cor para a Laika":
Temos uma cadela amarela
É Laika o nome dela
O mesmo de uma astronauta
Mas nossa husky, que já foi a mais peralta
Hoje, velhinha, a visão lhe faz falta
Dizem que o cachorro cores não vê
Mas a Laika queria ter um ateliê
Corria atrás do amarelo
Cheirava o roxo do chinelo
Lambia o vermelho do metal
Pulava no verde do quintal
Quando ia na lama,
Marrom ela ficava
No entanto era de um cinza
Que ela mais gostava
A cor do Drasus
O cão que ela amava
"Um poema sobre cor para a Laika":
Temos uma cadela amarela
É Laika o nome dela
O mesmo de uma astronauta
Mas nossa husky, que já foi a mais peralta
Hoje, velhinha, a visão lhe faz falta
Dizem que o cachorro cores não vê
Mas a Laika queria ter um ateliê
Corria atrás do amarelo
Cheirava o roxo do chinelo
Lambia o vermelho do metal
Pulava no verde do quintal
Quando ia na lama,
Marrom ela ficava
No entanto era de um cinza
Que ela mais gostava
A cor do Drasus
O cão que ela amava
Cachorros
Pela primeira vez, repeti um tema: os cachorros:
Quantos poemas se faz para um cachorro?
Muitos! Eu não enjôo
Palavras saem num jorro
Veja a Bionda, por exemplo,
Quando quer, corre mais que o vento
O Chocolate não perde a linha
Correndo atrás da sua bolinha
A Laika já está idosa
mas sempre foi meio dengosa
Até o Drasus, que já morreu,
Acho que foi mais bonito do que eu
O filho gostou de poesia sobre cachorro e encomendou outras três, uma para cada um dos nossos cães, com algumas exigências como vocês vão ver no próximo post.
Quantos poemas se faz para um cachorro?
Muitos! Eu não enjôo
Palavras saem num jorro
Veja a Bionda, por exemplo,
Quando quer, corre mais que o vento
O Chocolate não perde a linha
Correndo atrás da sua bolinha
A Laika já está idosa
mas sempre foi meio dengosa
Até o Drasus, que já morreu,
Acho que foi mais bonito do que eu
O filho gostou de poesia sobre cachorro e encomendou outras três, uma para cada um dos nossos cães, com algumas exigências como vocês vão ver no próximo post.
O que é?
Leve feito brisa
Ao voar, tropeça no vento
De mais cores não precisa
E é puro movimento
Quando chove ela sofre
Coitada
Cada pingo parece ter
Uma tonelada
Incrível que a beleza
Veja só que surpresa
Para de se arrastar e parta
Do corpo de uma lagarta
É claro que ele adivinhou e ainda reclamou: "estava muito fácil".
Ao voar, tropeça no vento
De mais cores não precisa
E é puro movimento
Quando chove ela sofre
Coitada
Cada pingo parece ter
Uma tonelada
Incrível que a beleza
Veja só que surpresa
Para de se arrastar e parta
Do corpo de uma lagarta
É claro que ele adivinhou e ainda reclamou: "estava muito fácil".
Monstro
Um dia ele ganhou um brinquedo novo das tias. Ficou brincando com ele a noite toda e o deixou sobre a mesa. A inspiração, nesses 15 minutos disponíveis, tem de sair de qualquer lugar. Ao olhar para o novo dinossauro escrevi o seguinte:
Acordei cedo
E vi um monstro
Que andava sobre a mesa
Acho que fiquei com medo
Mas sabe o que eu fiz?
Cheguei mais perto
E vi
Uma mosca em seu nariz
Fiquei feliz
Se a mosca não sentiu medo
Era um monstro de brinquedo
Acordei cedo
E vi um monstro
Que andava sobre a mesa
Acho que fiquei com medo
Mas sabe o que eu fiz?
Cheguei mais perto
E vi
Uma mosca em seu nariz
Fiquei feliz
Se a mosca não sentiu medo
Era um monstro de brinquedo
Terceiro
Os recados, como já falei, começaram testando a capacidade do filho, em processo de alfabetização, ler e entender o que estava escrito. Eis o do terceiro dia:
No quintal
Jogados
Os cachorros
Dormiam
Esparramados
Despreocupados
Certos
De que
Eram
Amados
Ele logo me mostrou que eu subestimava a capacidade dele ler. No verso da folha do recado acima, ele escreveu:
Os cachorros fazem xixi
Mãe e Teté discutem o almoço
E eu, por desgraça,
Ainda estou no café da manhã
Então, ele me libertou para recados mais longos e mais próximos a poemas.
No quintal
Jogados
Os cachorros
Dormiam
Esparramados
Despreocupados
Certos
De que
Eram
Amados
Ele logo me mostrou que eu subestimava a capacidade dele ler. No verso da folha do recado acima, ele escreveu:
Os cachorros fazem xixi
Mãe e Teté discutem o almoço
E eu, por desgraça,
Ainda estou no café da manhã
Então, ele me libertou para recados mais longos e mais próximos a poemas.
Assinar:
Postagens (Atom)