Dia da Criança. Na semana, ele havia ganho dois sapinhos de um colega, que os trouxera de um pesque-pague. Infelizmente, os sapinhos não sobreviveram. Então ele ficou determinado a caçar girinos no Parque Tanguá. E lá fomos nós:
Passos confiantes
Caminhada certeira
"Armada" com copo e peneira
Lá vai a criança em seu dia
Pronta para mudar o destino
Da vida de um girino
Um? Não, um monte
Tantos que não há quem conte
Quase todos ali, ao alcance das mãos
e de um pé molhado
De longe, ele viu:
Muitas outras crianças
Haviam descoberto
Aquele local sagrado
Pensa que ficou chateado?
Que nada
Mais diversão do seu lado
De perto ele viu:
Surpresa!
Junto aos girinos,
Os peixes dividiam o lago
Faziam tumulto para abocanhar
um pão a eles jogado
Um pão molhado
Um pé molhado
Dois pés molhados
Uma bunda de criança molhada
A cada golpe de peneira
Girinos para vida inteira
Mas os peixes, cadê?
Que bicharada ligeira!
Um menino maior
Levou a coragem e a peneira
Lá para a pequena cachoeira
Demorou, mas com um peixinho ele voltou
Depois mais um, maiorzinho
Os dois e os infinitos girinos
Couberam todos no copinho
O filho voltou para casa todo molhado
Papai levava o copinho e um orgulho danado
Mais que uma pescaria com peneira
Aquilo tinha sido uma verdadeira caçada
Em casa, a mamãe amada
Escutou a história contada
Umas partes achou engraçada
Mas não ficou muito emocionada
Vendo aquela bunda molhada
"Já pro banho piazada"!
Com toda a razão, o filho reclamou. Achou que tinha exagerado no tamanho do recado. "Não acaba nunca, parece um livro de mil páginas". Então, para compensar, no dia seguinte, eu fui rápido e ligeiro:
Hoje vou fazer
Uma poesia curta
Pronto
Fiz a poesia
Agora curta
O filho achou graça.
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
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Um comentário:
Adorei! Conheci teu blog via um amigo que mora em Santarém no Para. Tenho um filho que mora uma parte da semana comigo. Ele ainda não sabe ler, mas vou alfabetizá-lo poeticamente.
Vou sugerir para outros amigos.
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